terça-feira, 1 de julho de 2014

SINTRA: NOVO JUMBO, OUTRA AMEAÇA AO COMÉRCIO LOCAL

Quando em 2008 esteve em Discussão Pública um Estudo sobre o Impacte Ambiental do Centro Comercial JUMBO - Sintra, não se notaram preocupações de autarcas que, com dedicação, se sentavam em presidenciais cadeiras de Juntas.


Actual nome do troço da antiga Estrada de Sintra, frente ao LIDL em S. Carlos

Estranhou-se a indiferença das duas Juntas de Freguesia com comerciantes mais ameaçados, ambas com presidentes que, por ironia, possuíam (e possuem) estabelecimentos no Centro Histórico de Sintra.


Foto tirada junto à ribeira - Estrada Nacional 249

Por falta de iniciativas institucionais de autarcas, foi um grupo de cidadãos que promoveu a discussão pública, enviando opiniões e sugestões à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

Destacaram-se as implicações de um novo Centro Comercial, com diversos condicionalismos e ausência de soluções estruturais, impedindo a medição - mesmo aproximada - dos diversos impactos negativos e soluções adequadas.

Questões centrais apuradas na reunião pública e transmitidas à CCDR-LVT

Como é de boa prática, no Estudo do JUMBO (2008) constavam alusões ao elevado número de postos de trabalho. Mesmo assim, sabe-se agora que a Câmara o recusou.

(Um ano mais tarde (2009) viria o Fórum Sintra e em 2011 a Câmara Municipal dedicadamente apoiou as inscrições na "Bolsa de Emprego" no Palácio de Valenças, com alusões a 3300 novos postos de trabalho, nunca atingidos...mas adiante).

O Projecto JUMBO, significa um aumento da circulação rodoviária em vias (EN 249 e Rotunda de S. Carlos) sem dimensões e capacidade para maiores fluxos, onde os veículos com mercadorias para o Centro Comercial serão significativos;

A zona de implantação vista da Rotunda de S. Carlos - tráfego elevado e vias sem capacidade

O Impacte Rodoviário seria grande pelos novos congestionamentos de trânsito geradores de mais poluição ambiental, afectando as populações mais próximas;

O espaço, sendo tão vazio, obrigaria a medidas que atenuassem as agressões ambientais, tendo-se sugerido zonas verdes com árvores características da região de Sintra, enquadrando o Centro Comercial na imagem da nossa Serra.

Por outro lado, uma vez que os Estudos e Projectos continuam omissos, que entidade acabará por ser confrontada com a necessidade de suportar elevados custos com a reorganização da circulação automóvel no local?

Será a Auchan a suportar as acessibilidades? Ou a Câmara? 

A necessária defesa do pequeno comércio

Não tomámos a iniciativa de pronúncia sobre os malefícios para o comércio local, pois um dos presidentes de Junta também o era da Associação de Comerciantes. Outro, com próspero negócio. Não se veriam ameaçados pela abertura da grande superfície.

Foi o grupo de cidadãos que manifestou preocupações pelo surgimento de um novo e grande Centro Comercial pelos reflexos no debilitado comércio sintrense.

Uma alternativa - municipal - com elevado alcance social e cultural

É chegada a altura dos municípios ponderarem o fecho dos Centros Comerciais aos Domingos, para que as populações passem a ocupar o seu tempo de lazer em passeios familiares, visitas a museus, parques e jardins públicos.

As pessoas, as famílias, não podem ser empurradas para montras e espaços fechados tão longe da cultura. Claro que para muitos é o único recurso, quantas vezes confrontados com os preços praticados para entrarem em parques e palácios.

Ora, tudo isto deverá ser profundamente meditado, porque não será de mais Centros Comerciais que Sintra precisa, muito menos de um encostado ao outro.

Esperemos que o pequeno comércio seja devidamente acautelado.




Nota: Face ao novo prazo agora fixado, hoje mesmo foi enviado para a CCDR-LVT o documento aprovado e assinado por diversos munícipes em 27 de Fevereiro de 2008:








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