quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

SINTRA: AS VÍTIMAS DO NOVO MAPA DAS FREGUESIAS...

Um Amigo, António Bento, fez muito bem e colocou na sua página do Facebook alguns exemplos de desagrado pelo alheamento a que tem sido votada uma boa parte da nossa freguesia (S. Pedro de Penaferrim), agora baptizada de UFSSMSMSMSPP.

Era previsível que a extinção de freguesias com áreas e histórias bem diferentes só teria efeitos nefastos, mas o governamental Novo Mapa das Freguesias contou com o beneplácito dos ex-presidente Fernando Seara e vice-presidente Marco Almeida. 

Infelizmente, o ex-presidente da Junta de Freguesia de São Pedro de Penaferrim não foi firme na oposição à Lei que extinguiria a sua freguesia (!) e agora, ele mesmo,  faz parte da nova UFSSMSMSMSPP...       

Uma primeira consequência foi o afastamento dos fregueses (palavra feia, não acham?) dos contactos mais directos com aquela que era a sua Junta de Freguesia. O abandono será a segunda consequência da servil obediência política à Lei.

Hoje, com 63 quilómetros quadrados, a freguesia é maior que o concelho de Oeiras. 

Uma Assembleia de Freguesia, realizada na Várzea às 21 horas, por falta de transportes públicos implicava a muitos que se deslocassem mais de 20 quilómetros.

Criaram-se, sim, condições para os cidadãos não participarem na vida colectiva.

O actual abandono não passa de mais do mesmo...ou ainda pior

Passados os primeiros 100 dias, não há melhoria visíveis, antes pelo contrário. Quem não resolveu nos tempos anteriores, também não dá mostras de ser capaz de resolver nos novos tempos, nos tempos do Poder Local com participação limitada. 

Seguem-se alguns exemplos que talvez não sejam confortáveis para muitos autarcas:


Se mais passeio houvesse...(já vem da anterior)

Buraco na Rua da Escola, Abrunheira (quase histórico e que também já vem de longe)

Quem colocou este contentor? O "ajardinamento" já  é da nova época...

Um exemplo da visão tapada à direita

Desde a tomada de posse já decorreu tempo suficiente para que exemplos destes se evitassem, pois, ao que se sabe, haverá recursos disponíveis para superar a situação.

A nova freguesia - a UFSSMSMSMSPP - terá de ter em conta todo o território que lhe está adstrito, não se confinando a algumas praças ou locais privilegiados, onde todos os dias os recursos disponíveis possam acorrer ou, até, permanecer. 

É o que se espera que aconteça, para que acabem exemplos destes.




quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

SINTRA: CÂMARA E JUNTAS, EM PROL DO ESPÍRITO SINTRENSE

A grande extensão do concelho de Sintra acaba por ter consequências negativas para a maioria dos munícipes porque se deslocam no sentido oposto à Sede de Concelho.

A Vila de Sintra, os Paços do Concelho e os Serviços Públicos mais importantes estão longe dos grandes centros urbanos, obrigando a deslocações de muitos quilómetros.

Desta situação, sem medidas fortes que a combatam, resulta que milhares de munícipes,  só pagantes de impostos, não conheçam muito do território onde vivem. 


A distância como geradora de elites

O desligamento da vida do concelho é completado com os deficientes transportes públicos urbanos e pouco programada ligação às estações de caminho de ferro.

Neste quadro, sem ligações culturais, sem medidas de aproximação dirigidas aos cidadãos que - quase sempre - trabalham fora do concelho, fica espaço aberto ao surgimento de elites, ávidas de se mostrarem sintrenses de primeira água.

Elites que não se ligam ao Sr. Simões, de Casal de Cambra, ao Sr. Francisco do Barrunchal ou ao Sr. Lopes da Azóia, todos eles com elevado IMI e contribuintes para a Administração Local, embora pouco usufruam na maior parte dos casos.


Câmara e Juntas, devem estimular em todos o "espírito sintrense"

Há dias, um relevante político sintrense desejava que o "espírito sintrense", o orgulho em ser munícipe deste concelho tão diversificado, tão rico de história e de belezas naturais, se desenvolvesse em todo o território para bem da imagem colectiva.

A mensagem aqui fica, esperando não ter traído a confidência.

Sintra é um espaço único, com mais de três centenas e meia de milhar de donos, onde todos são iguais no equilíbrio dos direitos, usufruto e obrigações.

O ambicioso desejo implicará que todos os órgãos do Poder Local estabeleçam programas mobilizadores, interagindo nas diferentes áreas culturais e de desenvolvimento, superando a má rede de transportes rodoviários.

A Câmara Municipal terá uma decisão sobre bilhetes disponíveis para espectáculos cujo custo - directa ou indirectamente - suporta, programando a sua distribuição pelas diferentes freguesias, o que levará mais população à Vila Histórica.

Por seu turno, com apoio municipal, os autocarros das Juntas serão um determinante apoio logístico para as deslocações programadas, para espectáculos e visitas mais frequentes a espaços do conhecimento cultural e momentos lúdicos.

O Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas é uma jóia que a maioria dos munícipes não conhece; o Olga Cadaval e seus espectáculos devem ter assistência diversificada, repartindo pelas Juntas todos os lugares não vendidos.

Câmara e Juntas devem promover - em sites e revistas que emitam - uma maior divulgação de que os Palácios (incluindo o de Queluz) e Parques da Serra, aos Domingos são gratuitos para os munícipes desde que entrem antes das 13 horas.


As duas entidades têm as mais altas responsabilidades mobilizadoras, devendo incentivar e facultar a aproximação dos munícipes à Sede do Concelho, para que todos sintam que o "espírito sintrense" tem 317 kms quadrados de área.

SINTRA É DE TODOS NÓS! 

QUE TODOS CONHEÇAM SINTRA!

COM UM VERDADEIRO E SAUDÁVEL "ESPÍRITO SINTRENSE"!


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

SINTRA: ESTACIONAMENTOS NA SERRA, RESPONSABILIDADES?

CADA VEZ MAIOR CONCENTRAÇÃO DE VIATURAS

Na Edição de 4 de Maio de 2007 do Jornal de Sintra, com o título "Fim-de-Semana em Sintra", abordava-se o gravíssimo problema dos acessos e acumulação de viaturas junto à entrada do Parque da Pena, com os potenciais perigos daí decorrentes.

Foto tirada em 29.5.2008 às 9:38 da manhã. Imagem que frequentemente se repete

Na altura, além do estacionamento ao longo de quase toda a parte florestal da Calçada da Pena, só havia mais dois pequenos parques que ainda se mantêm (um em frente ao portão dos Lagos e outro quase a chegar à Pena): 

Pequeno estacionamento frente ao portão dos Lagos (esteve encerrado devido a uma derrocada)

Estacionamento a 100 metros da entrada para o Parque da Pena

Mais recentemente, a Parques de Sintra-Monte da Lua, abriu mais dois Parques de Estacionamento na Serra  - um na Tapada do Mouco (junto ao portão Poente) e outro a seguir ao Largo da Pena, já na descida para São Pedro:

Parque perto do portão Poente

Aviso colocado à entrada de Parques 

´"Ultimo Parque", já na descida da Calçada da Pena, a caminho de S. Pedro

A estreita descida da Calçada, é quase a única forma de evacuação, com elevado risco de ficar bloqueada por qualquer veículo, mais por autocarros de grande turismo, cujo acesso à Pena nenhuns responsáveis entenderam por bem condicionar: 

Descida da Calçada da Pena

Com os novos parques (indicados e chancelados com uma placa da PS-ML) aumentou a concentração de viaturas e matérias combustíveis, sugerindo riscos que podem fazer perigar pessoas e bens e poderão exigir uma evacuação rápida.

Além disso, a poluição causada pela circulação de milhares de viaturas, deveria ser uma das maiores preocupações por parte de quem tem obrigação de, mais do que tudo, promover a defesa ambiental da Serra de Sintra.

Importará saber-se a quem devem ser atribuídas responsabilidades caso algum dia - que desejamos nunca ocorra - uma situação de emergência ou pânico se verificar.

A Câmara Municipal de Sintra, autoridade máxima para a gestão de todo o território, terá sido consultada previamente e deu algum parecer positivo?

E a Protecção Civil, a ter sido requerida, que medidas exigiu para a protecção e prevenção da segurança de pessoas e bens, nomeadamente a permanência de equipas de bombeiros e equipamentos de combate a incêndios nos parques?

É que, nestas coisas, não podemos ficar à espera da protecção divina.

Para que todos estejamos protegidos, espera-se uma palavra da Câmara Municipal de Sintra e medidas urgentes que previnam os riscos a que os visitantes estão expostos. 

A Serra de Sintra, pela sua natureza, é o espaço menos vocacionado para a devassa a cada minuto por tráfego automóvel elevadíssimo, com elevados custos ambientais que estarão a passar à margem das pessoas mais sensíveis.

Antes que a época Alta encha os parques de carros e se entupam caminhos.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SINTRA: PALÁCIOS SÃO NACIONAIS, REGIONAIS OU LOCAIS?

Ainda a propósito de preços e direitos perdidos pelos cidadãos nacionais nos acessos a Parques e Palácios geridos pela empresa Parques de Sintra-Monte da Lua, aqui publicado em 10/01/2014, talvez seja interessante a análise mais profunda.

Admitindo-se o princípio de que gerir bem é uma obrigação dos nomeados, dispensando frequentes enaltecimentos - cujo excesso até incomodará os visados - não se regateia, no entanto, as acções da actual gerência da Empresa.

Porém, a exigível e esperada gestão positiva não legitima o corte feito aos cidadãos nacionais no acesso gratuito aos Domingos a Palácios e Parques, passando por cima de direitos antigos e conceitos hoje vigentes noutros espaços Nacionais.

Saliente-se que, sendo "Nacionais", é porque à Nação pertencem; se fossem "Regionais", ainda aí estavam inseridos num território alargado; para serem apenas dos sintrenses, melhor seria chamá-los de "Locais", espartilhados em visões serôdias.

Palácio Nacional da Pena, visto de Santa Eufémia

A PS-ML tem duas épocas de preços

Embora hoje - 14.01.2014 - não conste do site da empresa, na Revista Sintra Cultural de Janeiro de 2014 (da responsabilidade da Câmara Municipal de Sintra e que recomendamos) verificamos que há bilhetes de "Época Baixa" e de "Época Alta".

Os preços constantes do site são os de "Época Baixa", passando na "Época Alta" para 13,50€ a quem queira só passar as portas do Palácio Nacional da Pena; visitar os Palácios da Vila e de Queluz custarão 9 €; Monserrate e Castelo dos Mouros 7 euros.

Anote-se que o próprio direito dos munícipes à entrada gratuita aos Domingos está omisso na página oficial da PS-ML. Certamente só por acaso.

Comparações culturais

Retenhamos duas mensagens da Revista Sintra Cultural acima citada. Numa, o Presidente da Câmara aposta nas "actividades culturais que trazem vida e massa crítica ao nosso concelho". Por seu turno, o Vice-Presidente Camarário, preconiza uma verdadeira "Economia Criativa" envolvendo a "população jovem". 

Ora, essa "população jovem e criativa" - se tiver entre 6 e 17 anos - para absorver a componente cultural indispensável à vida, pagará entre 9€ para entrar no Palácio da Pena, 7€ nos Palácios de Sintra e Queluz e 5€ no Castelo dos Mouros.

Monserrate, a arte em cortiça como elemento cultural

Desculpar-me-ão, mas na Baviera uma só entidade faz a gestão de 45 Palácios, Castelos e Residências (museus, quase sempre), 27 Jardins Históricos e 21 Lagos. Os jovens, de idade inferior a 18 anos, têm permanentemente entradas gratuitas.

Qual, efectivamente, o direito dos cidadãos nacionais?

Qualquer residente sintrense pode visitar gratuitamente aos Domingos as Ruínas Romanas de Conimbriga em Condeixa, o Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto, outros Palácios e Parques Nacionais. Com mais de 65 anos só pagam 50%.

Ao invés, a outros portugueses que não sejam residentes em Sintra, aos Domingos é-lhes vedado o acesso gratuito, enquanto que os descontos são mínimos.

Esta situação, inibidora para os portugueses, terá de ser resolvida, sob pena dos nossos Palácios e Parques estarem sob reserva para estrangeiros.

Parece nem ser difícil, se considerarmos que para a Temporada de Música em Queluz, de Tempestade e Galanterie, os lugares podem custar menos que a simples entrada no Palácio Nacional da Pena. 


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

SINTRA: OS PREÇOS PRATICADOS PELA PS-ML

Para evitar confusões interpretativas, confirmamos o maior apreço pela dedicação dos trabalhadores e quadros da PS-ML na recuperação da nossa Serra e dos Parques e Palácios geridos pela Empresa. Eles propiciam – com brilho – os bons resultados.

Interior do Palácio de Monserrate depois de recuperado pelos qualificados técnicos

Aos gestores, uns hoje e outros amanhã, louvações não serão tão a propósito, pois gerir bem é uma obrigação decorrente dos cargos, tendo sempre na devida conta a realidade da sociedade que os nomeia e na qual estão inseridos.

Assim esclarecido, não existirão dúvidas que a fixação de preços e direitos de acesso aos Parques e Palácios (alguns Nacionais) é da responsabilidade dos gestores.

Preços praticados pela PS-ML

Segundo o site da PS-ML, os preços normais das entradas variam entre os 11 euros (Palácio Nacional da Pena) e 6 euros (Palácio de Monserrate) com os Palácios Nacionais de Sintra e Queluz a deixarem entrar mediante 8 euros e 50 cêntimos.

Aos "maiores de 65 anos", a PS-ML concede o simpático desconto de 1 euro.

Cidadãos nacionais perdem direitos em Sintra

Antes da gestão dos Palácios Nacionais de Sintra, da Pena e de Queluz ser entregue à empresa Parques de Sintra-Monte da Lua, todos os cidadãos nacionais usufruíam de entradas gratuitas aos Domingos, segundo horários estabelecidos.

Depois da PS-ML assumir a gestão dos mesmos Palácios, esse usufruto cultural - que é conferido pela esmagadora maioria de Museus e Palácios Nacionais - foi interditado aos cidadãos nacionais. Hoje, restringe-se a munícipes sintrenses...

Isto é, aos Domingos, os cidadãos que sejam sintrenses podem usufruir de visitas gratuitas um pouco por todo o país, mas cidadãos portugueses não sintrenses estão inibidos desse usufruto em Sintra. Um paradoxo a que os sintrenses são alheios.

Foram portas que se fecharam no acesso à cultura pelo povo anónimo.

Espaço para as famílias, para os cidadãos anónimos usufruírem

Preços de outros Palácios e Museus (com entrada gratuita aos Domingos)

Palácio e Mosteiro de Mafra - 6€; Palácio Nacional da Ajuda + Museu dos Coches - 7,50€ (*); Museu de Arte Antiga - 5€ (só é paga a visita à Exposição do Museu do Prado - 6€); Museu do Traje e do Teatro - 4€; o privado Museu Gulbenkian - 5€.

Além da entrada gratuita aos Domingos, nos outros dias estas entidades concedem descontos de 50% a cidadãos com 65 ou mais anos. A PS-ML desconta um euro...

Argumentos que não colhem

Provavelmente (há sempre quem adverse na dialéctica) alguém justificará que mais de 90% dos visitantes dos nossos Parques e Palácios são estrangeiros, como se isso viabilizasse medidas redutoras aplicadas aos visitantes nacionais. 

A prosseguir esta teoria, serão cada vez menos os visitantes portugueses, empurrados economicamente para visitas a centros comerciais, face à impossibilidade de pai, mãe e dois filhos de 18 anos disporem - por exemplo - de 44 euros para entrarem na Pena.

Desafogo financeiro e investimentos lúdicos

Recentemente, a propósito da pretensa compra das ruínas de um hotel, algumas opiniões – mais de vox populi – aludiam ao desafogo financeiro da empresa de capitais públicos, alegadamente graças aos preços praticados e às novas receitas palacianas.

Por essa altura, anunciava-se a Temporada de Música para 2014, em Queluz, com dois ciclos e intérpretes do mais alto gabarito, quase únicos no nosso meio artístico.

Será a Temporada de Música dirigida aos cidadãos anónimos que não visitam Palácios e Parques devido ao elevado encargo familiar? Ou a outro segmento de cidadãos, mais requintado, elegante, onde há vénias e eruditos musicais?

A verdade é que - comprando passes para os ciclos - os assistentes poderão desfrutar de momentos lúdicos a cerca de 10 euros por concerto, um incentivo cultural com preço mais baixo que os 11€ a pagar só para entrar no Palácio da Pena.

Obviamente que, por analogia com os princípios de bilheteira aplicados aos Parques e Palácios, na Temporada de Música não existirão entradas gratuitas.

Rever preços e acessos gratuitos

Sendo a Parques de Sintra-Monte da Lua uma empresa de capitais exclusivamente públicos, não poderá ser indiferente às dificuldades sentidas por milhões de portugueses, ao direito à cultura pelos mais débeis e ao acesso pelos mais idosos.

Daí que confiemos na revisão da sua política de preços e normalização dos acessos gratuitos para todos os cidadãos nacionais, pois todos participam no seu capital.



(*) - No Palácio Nacional da Ajuda e Museu Nacional dos Coches também os Desempregados da UE beneficiam de entrada gratuita. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

PORTAS DA CULTURA QUE SE FECHAM AO POVO ANÓNIMO...

Quem se dedique um pouco a apreciar as ofertas culturais, notará que nem sempre é fácil aceder a fontes de conhecimento ou outras que ajudem à formação das pessoas, nomeadamente das integradas no povo anónimo cada vez mais debilitado.

O cerceamento ao acesso cultural faz-se de diversas formas, talvez com mais relevância - mas disfarçada - pelo torniquete económico, aproximando-nos de uma época em que falar de cultura pode vir a justificar que se puxe de uma arma.

Entre outros exemplos que poderiam ser citados, notemos o encerramento das históricas livrarias Portugal e Sá da Costa, espaços vocacionados para quem queria ler o "tal livro" que os colaboradores ajudavam a escolher.

Ao subir a Rua do Carmo, ao Chiado, é chocante vermos que, onde era a Livraria Portugal, temos agora uma padaria e pastelaria, com o curioso nome de "Artesanal", e o passeio ocupado por uns tantos estrados, mesas e cadeiras...


Mais acima, na Rua Garrett, a porta por onde se entrava na Livraria Sá da Costa já tem grafiti na porta fechada, enquanto o interior apresenta um ar desolador. Virá a ser cervejaria? Ou, como está na moda, uma hamburgueria?


Fecharam por ter poucos clientes, porque os livros estão caros, dizem que o Acordo Ortográfico teve culpas. Hoje, livros sem alma, perdem-se em hipermercados e centros comerciais à mistura com revistas cor de rosa gratuitamente disponíveis. 

Os livros misturam-se com comida mas não podem ser comidos depois de lidos. Fossem eles fast-food e teriam, pela certa, mais procura. 

No Chiado, lá se mantém a Bertrand, um espaço cultural livreiro quase único na cidade de Lisboa. Recordo e saúdo dois diligentes empregados já falecidos - Srs. Amorim e Garrido - que liam quase todos os livros antes da procura pelos clientes.

O relacionamento era tão forte, que enquanto buscavam um ou outro livro pedido por grandes figuras da época, conseguiam esconder quatro ou cinco exemplares de edições que viriam a ser apreendidas, reservando-as para uns tantos amigos.

Este um inócuo desabafo, pelo facto de há dias não ter conseguido fotografar o rosto de uma dinâmica funcionária com bandeiras nacionais nas unhas, quando lhe perguntei pelo livro "Gungunhana - O último Rei de Moçambique". "Gungu...quê?"


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

SINTRA: MAU SERVIÇO DA REFER...OU DA CP?

Aspecto exterior do único espaço sanitário, para ambos os sexos
 
Na estação da CP em Sintra, onde passam milhares de turistas e visitantes, há um cubículo chamado de Instalações Sanitárias, completamente desajustado às necessidades dos passageiros e às primeiras imagens que Sintra deve oferecer.
 
Há uns anos, existiam duas instalações sanitárias que foram fechadas e apresentam o aspecto que a foto mostra. Julga-se saber que ainda estarão equipadas, mas misteriosos intuitos tê-las-ão disponibilizado para outras espécies...
 
Devidamente "inacessíveis" pela Estação e pela Av. Dr. Miguel Bombarda
 
Com efeito, as antigas instalações da CP foram "ajustadas" para que só utentes com bilhete válido lá possam aceder, mesmo assim com diversas condicionantes.
 
Uma delas, a pequena moedinha, certamente um relevante empurrão para que as contas da Refer se apresentem com melhores resultados. Moeda aqui, moeda ali...
 
Outra curiosa condicionante: Das 8 às 20 horas de Segunda a Sábado, a Refer admite que as aflições fisiológicas se satisfaçam, mas aos Domingos e Feriados, os passageiros com bilhete pago apenas dispõem de umas árvores mais à frente.
 
Alternativamente, a certas horas, também o parque de estacionamento em frente ao portão da Estação é o único recurso para muitos dos passageiros.
 
Viajassem os Senhores da Refer e os da CP - a quem esta situação parece passar-lhes ao lado - nos denominados "Suburbanos" e sentissem o mesmo que os outros passageiros, talvez até adquirissem carruagens com WC, como deveriam ser.
 
Está em causa o prestígio de Sintra enquanto - pelo menos - destino turístico internacionalmente promovido, pelo que não faz sentido oferecer-se esta imagem quase de terceiro mundo. Claro que o país não anda longe disso...mas há limites.
 
A desagradável situação já vem muito de trás, pelo que se espera uma intervenção Camarária que tenha em vista a criação de condições sanitárias adequadas nas diversas estações da CP na Linha de Sintra.
 
Por seu turno a Câmara Municipal não pode alhear-se - como sucedeu nos últimos anos - da falta de instalações sanitárias, nomeadamente junto à Estação da CP, onde o parque de estacionamento tem espaço para uma construção desse tipo.
 
Fica a esperança de que o novo Executivo Camarário venha a resolver o problema que afecta a boa imagem que Sintra deve dar a quem por ela passa.
 
Estas são pequenas coisas que com vontade serão resolvidas.