segunda-feira, 29 de abril de 2013

SINTRA: PSD E A POLÍTICA DA MUDA DE CHAPÉUS...


 Luís Patrício no Facebook (13.4.2012): Fernando Seara agora mesmo no Conselho Nacional do PSD: "Quero deixar aqui bem claro que direi sim a todos os candidatos aprovados pelo Partido e direi não a todos aqueles que não o foram, sem exceção."”
 
A mensagem de Luís Patrício – antigo vereador, respeitável sintrense (residente) que poderia ter sido candidato – apoiante muito próximo de Pedro Pinto, fazia admitir que, a curto prazo, acabaria a tolerância do PSD. Porquê?
 
Porque seria impróprio admitir que Fernando Seara, proferindo tão doutrinária demarcação junto dos seus pares, o fizesse como restrita limpeza de alma.
 
Decorrido este tempo, Fernando Seara, do PSD na Câmara de Sintra, continua a ter como Vice-Presidente Marco Almeida que, nas votações camarárias, se vincula de pedra e cal ao partido pelo qual ambos foram eleitos.
 
Recentemente, na aberrante Lei (de Relvas) para a Extinção de Freguesias, Marco Almeida esteve com Seara, PSD e CDS, daí resultando danos para os cidadãos locais.
 
Na Informação Institucional constante do site da CMS, Marco Almeida continua vinculado à Coligação Mais Sintra e não na iniludível qualidade de “Independente”.
 
Neste quadro, numa eventual saída de Fernando Seara antes do fim do mandato, quem assumiria o lugar de Presidente? Com que representatividade?
 
As palavras de Fernando Seara, se passadas à prática, confinariam Marco Almeida ao espaço que invoca de “independente”, sem intimidades partidárias nas entrelinhas.
 
A história será mesmo assim?
 
Estou convencido que Fernando Seara já saberá que o seu Vice se anuncia como candidato “suprapartidário” – portanto acima do PSD – facto que não é impeditivo de continuar a delegar-lhe confiança pessoal…mas noutra qualidade.
 
Por outro lado, não se entende o político que, em Reuniões de Câmara, integra a Coligação Mais Sintra e, saindo delas, possa usar o suprachapéu da “independência”.
 
É óbvio que, ao mudar o chapéu para candidato “suprapartidário” ou “independente”, Marco Almeida logo abdica da viatura camarária que lhe está atribuída.
 
Só que os chapéus se interligam: - o “sim” usado por Fernando Seara perante Pedro Pinto, o “nim” que permite a Seara delegar no seu Vice-Presidente, os dois que Marco Almeida ajusta aos seus interesses e o maior, quase guarda-chuva, do PSD.
 
A consideração pelos sintrenses justifica uma explicação (que tarda) por parte do PSD, pois muitos dos seus membros vão girando à volta de Marco Almeida. Evitar-se-ia que se pense numa convergência que use um falso fraccionismo.
 
Em tese, na perspectiva da derrota do PSD, a candidatura de Marco Almeida poderia segurar os votos de descontentes e desiludidos, possibilitando a continuação da maioria que governa Sintra há 12 anos. Com um Presidente facilmente removível…
 
Os princípios éticos e de transparência republicanos impõem-se, pelo que é urgente que o PSD esclareça os eleitores, na defesa inalienável dos conceitos democráticos.
 
SINTRA MERECE MAIS...PARA QUE ACABEM OS PARAQUEDISTAS!
 
 
 
 
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

POSTAL DE ABRIL, NO DIA DA LIBERDADE

POSTAL DE ABRIL, NÃO EXPEDIDO...
 
Era para te mandar
Pela amizade, velha
Cúmplice da ilusão.
Era bom, a ti chegar
O cravo de cor vermelha,
Com Maio no coração.

Não o fiz, pois tive medo
De um cravo tão bonito
Não chegar à tua mão.
Para nós, ele foi credo,
De um futuro bendito
Que, hoje, fazem ser NÃO.

No Abril da Primavera,
A cor cinza do Outono
Já fazia meditar.
A razão, virou quimera
Da luta, o desabono
Fez o sonho desabar.

Tirem cravos das lapelas
Os traidores deste POVO
pois só querem enganar.
Não passam, pois, de balelas,
Quando procuram de novo
Ao fascismo regressar.

Ladrões que roubam Abril,
Não podem, mais, ter perdão
por tudo que nos retiram.
Disfarçam com o ardil:
"Tudo a bem da Nação",
mas com promessas mentiram.
 
Hoje o vermelho cravo,
Que te guardei cauteloso,
Não perdeu o seu vigor.
Na luta torna-se bravo,
No peito é amoroso,
Da liberdade tutor.

Como vês, guardei-o bem:
A data foi adiada,
Num carimbo de verdade.
Será sempre TEU, porém
Dar-to-ei na caminhada,
 
 
Fernando Castelo

(*) - Por favor, clique para reviver o "Indicativo do MFA"  
 
NOTA: Tal como no ano passado aqui foi dito, como seria interessante saber como evoluiu a vida do jovem Dionísio Ferrador da Ponte, aluno do Liceu Nacional de Leiria, que aos 13 anos fez o belo cartaz que aqui é reproduzido.  

sexta-feira, 12 de abril de 2013

PASSOS COELHO E O PAÍS IMPOSSÍVEL...

Bastava-nos que Passos Coelho tivesse chegado ao poder a mentir ao eleitorado, mas que ainda persiga, teimosamente, um projecto de escravatura económica para a classe média, trabalhadores e reformados, ultrapassa todos os limites.

As medidas opressivas sobre as classes produtivas, não se devem só à impreparação para governar. Quando da campanha eleitoral, ele e o PSD recolheram milhares de contributos que, aproveitados, ajudariam a uma melhor vida colectiva.

Então, algo encoberto, emanado da lixeira política que domina as finanças, poderá ter aquecido as costas daquele janota feito à pressa para candidato a Primeiro-Ministro, sem que se lhe conhecessem virtuosas qualidades para o cargo.

Ao transpor para o nosso país, quase a papel químico, as regras sugeridas pelos financiadores ultra-conservadores, dá execução fidelíssima aos planos dos que querem criar escravaturas de rosto democrática em todo o Sul da Europa.

E Passos, seu Gaspar e Portas, ufanos e realizados, babam-se mesmo, porque uma cáfila de agiotas e pérfidos políticos os louvam...pela subserviente e fácil submissão.

Contam, como é notório, com o alto patrocínio de Cavaco Silva em vários campos, o último ligado às historietas dos Orçamentos de Estado de 2012 e 2013.

Cavaco Silva, depois do sucedido com o OE de 2012, não arriscou pedir a fiscalização prévia do OE para 2013, o que permitiria a correcção. Trocou as voltas, promulgando primeiro e só depois enviando ao Tribunal Constitucional. Foi brilhante.

Dessa forma, com a alma limpa, Cavaco Silva ofereceu a Pedro a chave mestra para abrir a porta a medidas ainda mais gravosas do que as Originais.

Logo Passos Coelho, como falsa virgem que busca benefícios, tratou de assacar as culpas da desgraça ao Tribunal Constitucional, como se o respeito pela Constituição fosse responsável pelo agravamento da vida da maioria dos portugueses.

De papel na mão, veio dizer que "o governo não aceita aumentar mais impostos", não resistindo a ameaçar com cortes "na segurança social, saúde e educação", numa nítida intenção de roubar mais a reformados e funcionários públicos.

No palco das chantagens, exibiu-se a peça teatral da suspensão de instituições.

Reduzir despesas? Sim, na moralização dos gastos da Administração

Tivesse Passos Coelho boas intenções e disciplinaria os custos da Administração, acabando com o regabofe de abusos e privilégios ou fazendo as devidas reduções no Governo, Assembleia, Autarquias, Fundações e Instituições públicas.

Corta na saúde dos cidadãos comuns, mas garante onerosos seguros aos Deputados da República, poupando-lhes deslocações a Centros de Saúde. E todos eles - os que apoiam e os que dizem ser oposição ao sistema - não enjeitam a mordomia.

Fala em cortes no campo social, mas mantém reformas especiais sem cortes, outras concedidas e pagas a pessoas com idade pouco mais que escolar, quando se esperaria que fossem satisfeitas ao atingir-se a idade legalmente fixada para todos.

Não fala nem propõe a redução do número de deputados, das subvenções para os partidos com representação na Assembleia da República, do número de assessores e gente incluída nos gabinetes de apoio, protegidos e dependentes.

Não toma medidas que limitem os assessores no Estado e Autarquias, muitos sem se saber o que fazem, mas com elevados custos na Administração.

Assim, os envolvidos ficam caladinhos, interessados em rendimentos que, muitas vezes, são cedidos aos partidos. Por isso não querem independentes...

A perigosa vingança de Passos Coelho

Em nome da legitimidade eleitoral, vinga-se dos trabalhadores e de quantos defendem os direitos alcançados com o 25 de Abril. Não conseguindo ainda limitar-lhes as liberdades, usa a via perversa de os estrangular economicamente.

Enquanto destrói a classe média, Passos cuida de manter intocável a classe política, devidamente privilegiada, onerosa, disfarçada em ideologias mas pronta e disponível para receber benesses, lugarzitos aqui ou ali, ou nos dois lados.

Com partidos e deputados de mão estendida ou recolhida nas costas, o poder democrático não conta com muitas mãos, porque são sempre dos mesmos, das influências e estruturas que se protegem, dos que gerem e nomeiam as famílias.

Neste quadro, Passos pode ceder às pressões dos donos do dinheiro, esvaziar o país dos seus filhos mais nobres - os trabalhadores - e castigar os que ficam com a redução de salários, mais horas de trabalho e menos tempo para as famílias.

Em tese, Passos Coelho fomenta um projecto de sociedade com duas classes: a dos trabalhadores a caminho da escravatura, quase sem direitos e a classe dominante, dos que vivem da exploração do trabalho e dos políticos que vivem de todos.

Passos Coelho e as forças mais obscurantistas da Europa não estão a ter em conta o que a história recente ensinou. Milhões de pessoas vão, aos poucos, manifestando a sua indignação e repulsa pela degradação imposta às suas vidas.

A urgente demissão de Passos Coelho é a primeira solução para a recuperação do país e onde todos os portugueses possam viver com iguais direitos e possibilidades.

PORTUGAL É UM PAÍS POSSÍVEL!

 

sábado, 6 de abril de 2013

TARTARUGA EM CIMA DO POSTE...TERÁ SIDO MESMO RELVAS?

Contaram-me que, enquanto suturava um ferimento na mão do velho Adriano, cortada por um caco de vidro indevidamente jogado no lixo, o médico e o paciente começaram a conversar sobre o país, o governo e, fatalmente, sobre o Passos Coelho.

O velho Adriano, sabido, disse: "Bom, o senhor sabe... o Passos Coelho é como uma tartaruga em cima dum poste...".

Sem saber o que o Adriano quis dizer, o médico perguntou o que significava uma tartaruga em cima dum poste.

E o Adriano respondeu:

É quando o senhor vai indo por uma estradinha, vê um poste e lá em cima tem uma tartaruga tentando equilibrar-se.

"Isso é uma tartaruga num poste".

Diante da cara de interrogação do médico, o velho acrescentou:

Você não entende como ela chegou lá;
Você nem quer acreditar que ela esteja lá;
Você sabe que ela não subiu para lá sozinha;
Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
Você sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;
Você não entende porque a colocaram lá;
Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá, e providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima definitivamente não é o lugar dela.”
 
Depois de se assistir àquela sessão virtuosa de Relvas, é quase certo que foi ele a colocar a tartaruga em cima do poste.