quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

VIVER EM SINTRA: 1607 DIAS À ESPERA DO FONTANÁRIO...

Assim chegámos aos 1607 dias sem o fontanário.

Alguns aspectos rocambolescos do fontanário já aqui foram relatados no passado dia 30 de Janeiro. Desde aquele fatídico Outubro de 2007 que não vemos a peça histórica de Sintra, o fontanário neo-manuelino da Estefânia, no Largo Afonso Albuquerque.

Primeiro o roubo da parte superior. Depois a retirada do que ficou no local, a cargo dos serviços da Câmara Municipal de Sintra, obedecendo - não devem restar dúvidas - a uma decisão ao mais alto nível. QUEM FOI QUE DEU ORDEM PARA TAL?

Durante uns tempos, deu-se o benefício da dúvida, perguntando. As respostas demoraram. O silêncio sintrense, o temível silêncio sintrense, colabora nos mais tenebrosos aspectos.

Passados mais de quatro anos, a peça centenária que deveria ser recuperada, não perdeu o estatuto dos munícipes. Está viva e está no pensamento de quantos a admiravam.

Como munícipe, chegou a altura de expressar quanto me sinto envergonhado por este tipo de gestão do teritório e das nossa riquezas históricas.

Como cidadão de um país, que aponta o turismo como uma das metas para combater a crise que nos envolve, avalio a afronta que constitui tão grande desprendimento para com a que os nossos antepassados nos deixaram.

O último local da fonte continua marcado, apesar da rapidez do disfarce:


Recorda-se o nosso fontanário, apreciado por pessoas inequivicamente relevantes, que amaram Sintra, por Sintra viviam e com os sintrenses conviviam:


Sabe-se como a Junta de Freguesia procedeu. A Câmara procedeu como se sabe.

Ficámos com dois exemplos mais da Dedicação que nos foi prometida.

A história não acabará aqui, nem deixaremos de reclamar pelo património que é nosso.

VIVER EM SINTRA é exigirmos políticos ao serviço dos sintrenses.








terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

DÍVIDAS DAS AUTARQUIAS…OU ENSAIO TEATRAL?

Será que eles querem mesmo saber?

Segundo um trabalho da jornalista Ângela Braga (TSF) os ministros Gaspar e Relvas terão escrito aos presidentes de Câmara pedindo-lhes o montante global das dívidas a curto, médio e longo prazo.

Da notícia, pode inferir-se que tudo foi pedido com “punhos de renda”, já que expressam “o profundo respeito pela autonomia da administração local”.

Veja-se, é preciso que os senhores autarcas não fiquem aborrecidos pelo pedido, depois de terem endividado as Câmaras para níveis impressionantes, muitas vezes sem que se lobriguem obras ou feitos compatíveis com as dívidas.

Ao mesmo tempo poderia ter sido pedida a resenha das mais onerosas obras locais e distribuições, mas disso esqueceram-se certamente.

Ora, estando algumas autarquias em clima nitidamente eleitoral, com uns de consciência curta a procurarem outros voos, enquanto outros esgaravatam as culpas para se colocarem na moldura, o pedido dos ministros só pode ser para português ver.

O IMI: tábua de salvação até quando?

Como sabemos, o IMI, esse monstruoso imposto da autoria de Manuela Ferreira Leite, executado por Paulo Macedo (especialista nestas coisas), está sempre a jeito quando as Câmara querem mais dinheiro.

Desvaloriza-se o património edificado, mas as avaliações fiscais, para efeitos tributários, não são reduzidas, garantindo receitas limpas à custa dos contribuintes.

Até quando durará o esbulho que está sendo feito a quem se viu obrigado a adquirir uma casa para viver, assumindo elevados sacrifícios? Na esmagadora maioria, as vítimas são trabalhadores, quantos deles agora desempregados.

Quando as casas, em elevado número, forem entregues às Finanças, acabará a política do saque. Será que as Finanças estão dispostas a valorizá-las da mesma forma para amortização de eventuais dívidas?

Associação de Municípios e Governo: a mesma luta

A comunhão ideológica e o domínio no Poder Local levam a um cada vez mais estreito relacionamento entre estas duas figuras, uma aparentando exigências, outra fingindo que vai controlar os gastos dos municípios.

O jogo passa-se no tabuleiro das facilidades, isto é, arranjar mais dinheiro a preço baixo (que os contribuintes suportarão) para ser distribuído à maneira antiga por clientelas que garantam os votos em próximas eleições autárquicas.

Perguntem, também, onde foram aplicados os milhões agora em dívida. Para que os cidadãos, os munícipes, saibam quais os culpados pelo esbanjamento.

O resto é fait-divers.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

RETALHOS-DO-MUNDO...O NOK...

Para quem goste de emoções fortes, uma viagem no NOK (foi assim que o baptizámos) será inesquecível. Apresento-lhes o NOK:


É um ATR 72, de grande mobilidade, que consegue a proeza de nos levar até junto da fronteira da Myanmar, passando rente aos picos de elevadas montanhas a que se segue uma brusca descida para aterrar...com grandes saltos e sobressaltos.

Não esquecerei o NOK por duas razões: a graça da sua fuselagem e ter-me levado a um outro mundo, com pessoas a viverem de forma tão diferente da nossa.

O NOK faz parte de um outro mundo, de que nós, muitas vezes, não damos conta.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

DO BLOGUE "Tudo de novo a Ocidente"

Cortez Fernandes denuncia o vandalismo feito sobre um painel de Graça Morais.
 
Haverá mais para dizer além da indignação? Sim, a manifesta carência de padrões culturais que frequentemente nos são mostrados pelos responsáveis concelhios.
 
Ao exigir a rápida reparação dos danos, expresso a Cortez Fernandes a minha solidariedade.
 
Fernando Castelo
 
--
 
Reprodução do texto publicado no blogue " Tudo de novo a Ocidente ":
 
"UM ACTO DE VANDALISMO-GRAÇA MORAIS NÃO MERECIA!
 
No post que publicamos em 29 de Julho de 2007, manifestamos o nosso descontentamento pelo estado de abandono em que se encontra o painel de autoria da ilustre figura da cultura portuguesa, que é GRAÇA MORAIS, colocado na zona envolvente da estação ferroviária de Rio de Mouro, no município de Sintra.

Há poucos dias colocaram iluminação numa das componentes da obra de arte, que está nas paredes do viaduto do caminho de ferro. Pensámos: finalmente, vale mais tarde que nunca! Verificamos hoje que era melhor terem ficado quietos, porque:

OS TUBOS COM OS CABOS ELÉCTRICOS, AS CAIXAS DE APARELHAGEM E AS BRAÇADEIRAS DE FIXAÇÃO, foram instalados directamente sobre os AZULEJOS DO PAINEL, vandalizando assim a obra de GRAÇA MORAIS!

Não há palavras para tamanho atentado à cultura. Quem tem culpa? Não sei, mas daqui lanço um apelo reparem rapidamente esta asneira, para continuar a ter esperança que em Portugal ainda é possível acreditarmos nas instituições. Estou muito indignado! Se estiverem de acordo os que visitam este "blog" protestem.

Obrigado"

 

sábado, 18 de fevereiro de 2012

SINTRA: TRAGÉDIA DE BELAS FOI HÁ QUATRO ANOS...


A manhã de 18 de Fevereiro de 2008 enlutou Sintra e a comunidade africana.

Duas senhoras africanas, muito cedo a caminho do trabalho, talvez tendo-se despedido dos seus com um “até logo”, encontraram a morte quando o seu carro foi atirado para o Jamor por falta de protecção na estrada. Uma nunca chegou a aparecer.

A grande pressão das águas vindas da esquerda derrubou o muro e atirou o carro para a ribeira

A notícia chocou quantos – verdadeiramente – são solidários. Segundo o Expresso (13.4.2008) apenas a Presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão, Fátima Campos, deu apoio aos familiares das vítimas, e mais ninguém.

Recuperemos a história, para que não seja esquecida como alguns desejarão.

Em 26.2.2008, o Jornal da Noite da SIC noticiava que a Câmara de Sintra e as Estradas de Portugal iriam ser processadas. Na peça, o advogado dos familiares, António Pragal Colaço, dizia: “Vamos actuar na vertente da responsabilidade criminal, portanto entendemos que aqui existe responsabilidade criminal não só das instituições que estarão envolvidas, como também dos titulares dessas instituições, nomeadamente o Presidente da Câmara (...)" e a "Estradas de Portugal (...)".

Começou a espera. O ruído abafou-se até ao silêncio.

Mais de quatro meses decorridos, em Sessão de Câmara (25.6.2008) o Vereador Marco Almeida subscreveu uma Proposta para atribuição de uma verba de 200 € à Cooperativa de Ensino Os Leõzinhos, destinada a apoiar os “familiares da vítima desaparecida na Ribeira do Jamor em Belas (…)”. Gesto bonito, elevado, não no montante, mas na generosidade camarária.

O silêncio voltou a instalar-se e, apesar do opíparo apoio de 200 euros, os familiares de ambas as vítimas foram sentindo cada vez mais dificuldades, já que as falecidas contribuíam significativamente para os orçamentos das suas casas.

A espera tornou-se ansiedade. A máquina do silêncio, essa, funcionava.

Mais de dois anos depois, um trabalho da LUSA publicado no PÚBLICO (2.3.2010), noticiava que o processo “nem sequer tinha dado entrada em tribunal”. Soube-se então que:

- O “advogado António Pragal Colaço”, que “surgiu como mandatário judicial das famílias, e anunciou durante meses que iria mover um processo contra a Câmara de Sintra e a Estradas de Portugal (…)”, já não era advogado do processo e justificava a saída com um “conflito de interesses” e por “uma questão de ética”. A notícia referia "a sua ligação ao Benfica (...)" e a Fernando Seara (...)";  

- Passado tanto tempo, o advogado ainda “se encontrava a aguardar documentos solicitados à Câmara Municipal de Sintra e à Estradas de Portugal”.

Não é crível que benfiquismo e estima mútua se tenham sobreposto a duas mortes. Mas deve dizer-se que, até agora, o silêncio voltou a instalar-se nas redacções.

Como o silêncio é de oiro, não admira que em Maio de 2011, para captação de votos, tenham surgido as figuras políticas do “mais africano” dos candidatos e do “africanista de Massamá”, mas sem uma palavra para recordarem as senhoras africanas mortas ali ao lado em Belas, ou prometerem todo o empenho no apuramento das responsabilidades pelo sucedido.

O silêncio não apagará factos, actos e muito menos responsabilidades.



Duas fotos do localda tragédia, tiradas ontem (17.2.2012), decorridos quatro anos. Sem comentários. 


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

domingo, 12 de fevereiro de 2012

PARA A HISTÓRIA DO NOSSO POVO...EM EDIMBURGO

Quem vá ao Calton Hill, um parque público de Edimburgo, pode apreciar um imponente canhão feito em bronze, nele constando o nome de D. Diego da Silva, que foi 5º Conde de Portalegre (viveu entre 1579 e 1640):



Portugal vivia nessa altura um momento difícil da sua história e, não sendo o autor desta pequena peça historiador, talvez alguém mais habilitado possa ajudar ao nosso conhecimento.

No local, existe uma folha informativa que, aparentemente, é contraditória no que se relaciona com a data em que o canhão foi feito: refere século XV enquanto que a data gravada no canhão é do século XVII. 

A informação aponta o canhão como sendo português.


De qualquer forma, ficamos a saber que o canhão tinha armas reais de Espanha (era o reinado de Filipe IV de Espanha e III de Portugal), andou pelas colónias portuguesas no sudeste da Ásia e estaria na costa oeste da Birmânia quando foi capturado pelos ingleses, que depois o levaram para Edimburdo.

Fez parte de um conjunto de seis, mas os outros cinco foram derretidos em 1940 para que o metal fosse aproveitado na II Guerra Mundial.

Em 1887 foi instalado no Calton Hill, onde os portugueses o podem apreciar em toda a sua beleza...meditando na riquíssima história do nosso povo.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SINTRA..."OS AMIGOS DA VILA VELHA"

Tenho acompanhado as diversas preocupações e desilusões que os "Amigos da Vila Velha" estampam no seu blogue. É uma forma de cidadania legítima, participativa e merecedora do maior apreço.

Infelizmente, Sintra tem servido as mais variadas ambições, sem que o mais directo sustentáculo seja a evolução e o respeito pelos lugares, nomeadamente a sua história.

Na Vila Velha, no Centro histórico, os dias são piores que as noites. De vez em quando surgem umas televisões (serão chamadas? serão convidadas a convidar?) com reportagens que, em abono da verdade, melhor seria que as não fizessem, como a da visita de senhoras da ibero-qualquer coisa e até uma de trem onde se chamava ao eléctrico "comboizinho".

A farmácia fechou. A agência bancária fechou. O Hospital da Misericórdia fechou.

É aqui que presto uma homenagem aos "Amigos da Vila Velha" divulgando cartazes sobre o sofrimento que para eles representa o estado a que Sintra chegou. 

Com a minha solidariedade, aqui vão:



Sintra precisa dos AMIGOS, dos verdadeiros que a tirem deste sofrimento.

Sintra merece mais.

Sintra precisa de um sintrense, com coração sintrense.





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SINTRA E AS FANTASIAS PÓS E PRÉ-ELEITORAIS

Para a avaliação dos últimos 10 anos da vida em Sintra, diga-se que os autarcas no poder foram rigorosamente escolhidos (ou validados) pelo Sr. Dr. Fernando Seara, devendo-se a toda a “equipa” o abaixamento da qualidade de vida no concelho.
Com a sua aquiescência, os vários eleitos que prometeram dedicação e, por sua vez, a sua corrente na Assembleia Municipal, contribuíram para a elevada queda de Sintra no índice do desenvolvimento económico e social, como é sabido e sentido.
Entre 2004 e 2006, Sintra passou de um significativo 5º lugar no ranking global dos concelhos do continente para um inaceitável 42º lugar, quando existiam condições que permitiriam satisfazer o bem-estar e anseios dos habitantes.
Claro que temos tido, em alturas estratégicas, algum foguetório de que foi feito o devido aproveitamento. Tivemos protocolos, pedras de lançamento, até um SATU, tudo tão virtual que justificará um balanço mais aprofundado. Não faltaram – e parece que não faltam – as atitudes misericordiosas e as boas acções.
Tanta coisa dita e tão pouca feita com incidência efectiva na vida quotidiana, tiveram a arte de adormecer os munícipes, cavar-lhes o campo da indiferença sem que se apercebam da realidade em que vivem nem visionem o futuro que os espera.
Este quadro de alheamento progressivo dos eleitores é útil para a rotação de cabeças de forma a garantirem-se as mesmas políticas e os mesmos agentes, numa estratégia com evidentes contornos cirúrgicos.
Baixou a qualidade estrutural da sociedade sintrense, mas as dívidas resultantes da governação dos últimos anos atingiram níveis nunca imagináveis.
O desemprego tem aumentado a um ritmo assustador, com maior incidência naqueles com mais habilitações literárias, facto que só por si prova a falência do executivo.
Vejamos, então, dois dos patamares em que todos os dedicados autarcas estão co-responsabilizados.
Faltam os resultados de 2011, mas em 2010 o Passivo (exigível) era de 133.888.391,56 euros (99.696.837,58 € a Médio e Longo Prazo + 34.191.553,98 € a Curto Prazo) contra 75.028.992,67 em 2002 (69.742.354,90 € a MLP + 5.286.636,77 € a CP).
Quanto a Desemprego, entre Janeiro e Dezembro de 2010 os inscritos aumentaram de 1734, atingindo o total de 19.868 (17.185 em 2004). Desempregados com maior nível de escolaridade foram os mais penalizados (1679 com Curso superior + 5734 com o Secundário + 5193 com o 3º Ciclo EB), reflectindo a involução do concelho.
Em tese, o concelho de Sintra não foi salvo por estes 10 anos de gestão a cargo do Sr. Dr. Fernando Seara, período em que mais se endividou sem reflexos.
Por isso, não há nenhum putativo salvador que possa sair dos autarcas que votaram e apoiaram as políticas, gastos e endividamentos ocorridos nos últimos 10 anos.
Mais do mesmo…não, obrigado.



domingo, 5 de fevereiro de 2012

PARA A HISTÓRIA DO NOSSO POVO...EM NANTES

Na Place du Commerce, em Nantes, há uma estátua que homenageia o Infante D. Henrique "Navegador" e terá sido feita para a Exposição Colonial de Paris em 1931.

Foi uma obra do escultor Francisco Franco de Souza (na estátua Suza).

É certo que só lhe chamam "Henri", não indica que fosse português, mas deve apontar-se a sua existência tão longe da sua pátria.


Fica a dúvida se as entidades oficiais portuguesas sabem da existência desta estátua, nomeadamente se foi paga com dinheiro português e, finda a Exposição, por ninguém a ter reclamado, este local foi uma solução para respeitar a obra.

Quem passa no local muito dificilmente dedica a esta peça escultórica a devida atenção e avaliação histórica.

Isto foi em 1931, na época dos antepassados políticos da actual governação.

No caso, não é muito provável que tenha sido convidada a emigar...