sexta-feira, 29 de abril de 2011

CHARCO DOS POLÍTICOS SUPLICANTES

Especialistas no assobiar para o lado, muitos políticos fingem não ter percebido Carlos Costa (Presidente do BdP), quando disse ser "crucial que os decisores de política e os gestores públicos prestem contas e sejam responsabilizados pela utilização que fazem dos recursos postos à sua disposição pelos contribuintes".

Disfarçam, como se nada tivessem a ver com as declarações da Sra. Estela Barbot (conselheira do FMI) quando considerou que o estado social foi " hipotecado pelas pessoas que resolveram fazer dez estádios de futebol e tantas outras auto-estradas."

Não poderia ser mais certeira. O recurso ao futebolismo, tem sido uma das mais habilidosas formas de estar na política, na convicção de que os votos se garantem com a distribuição dos dinheiros que deveriam ser utilizados no desenvolvimento da sociedade.

Assim surgem campos e relvas, clubes que são dos sócios mas que são mantidos com subsídios providenciais e fundos de maneio, organizações privadas sempre à coca de um subsídio, tudo meticulosamente escolhido, devidamente ajustado aos fins em vista.

Temos sido governados por demasiados políticos que, usando os nossos dinheiros, se constituem verdadeiros "benfeitores" em tudo o que, envolvendo núcleos significativos de votos, lhes possa garantir os mesmos, para benefício das suas carreiras.

Frequentemente é notório o desequilíbrio entre o desenvolvimento harmónico da sociedade e as aplicações que são feitas, privilegiando as zonas onde a captação de votos se torna um fim em vista.

Em contrapartida, nos pequenos núcleos habitacionais, onde os votos não são determinantes para as eleições ambicionadas, até das Instituições de Solidariedade Social se esquecem.

Não raras vezes, o dinheiro público é aplicado com tal ligeireza que os administrados se perguntam como são possíveis esses desvarios. 

São esses políticos que Carlos Costa e Estela Bardot  envolvem na exigência de responsabilização e, se se vão salvando agora, um dia terão de prestar contas.

A peça escultórica representa esses políticos e facilmente se assimila: É o inferno!

Mãos suplicantes, algumas agarradas aos potes e tachos que lhes serviram na vida.


Deixo aos leitores a capacidade criativa de identificar mãos e utensílios, ajustando-a aos gestos e expressões de políticos ambiciosos, muitos deles conhecidos. 

Fernando Castelo

quinta-feira, 28 de abril de 2011

VÁRZEA DE SINTRA E CRIANÇAS DE ABRIL

Um pouco democrático vírus (muffle's) migra - volta não volta - para abafar artigos que não agradam. Sucedeu isso várias vezes quando se falava no 25 de Abril, obrigando a sucessivas "postagens" que permitiram a sua detecção. Por tal facto, reproduzimos este artigo, na convicção de que possa chegar às que foram crianças de Abril na Várzea de Sintra em 1979.

NO 37º ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO: COMO VIVEM ESSAS CRIANÇAS?

Com natural emoção voltei a ler a pequena brochura editada pela Comissão Organizadora das Comemorações do 25 de Abril, Dia da Liberdade 1979.

Lá estava o sentimento sintrense, expresso nas palavras tão simples e nos desenhos de confiantes alunos da Escola Primária da Várzea de Sintra, crianças com idades entre os seis e oito anos.

Grande curiosidade me envolveu ao apreciar a confiança que essas flores de Abril depositavam na Revolução dos Cravos, manifestando tanta confiança no futuro e deixando escapar os sonhos de um futuro melhor.

Pelas expressões, é inegável a cumplicidade dos professores nos pensamentos e nos desejos. Esses professores serão sempre recordados pelos alunos.

Hoje, com idades que rondarão 40 anos, seria importante saber-se como evoluiu a vida dos que foram crianças em 1979, que alegria e desilusões lhes trouxe este longo projecto de caminhada para a democracia e para uma sociedade mais justa.

Colectivo: "(...) veio o leite para nós ao intervalo".

Nuno Miguel: "Não gosta das guerras da televisão (...)"

Paulo José: "Lá na minha escola a gente faz a democracia".

Trabalho colectivo:"Amar é bom e a Paz é boa".

Para todos vós, que foram crianças de Abril, as mais fraternas saudações, com votos de que lhes tenham sido abertos novos caminhos para a realização de sonhos e anseios, apesar das desilusões por que passamos, pois Abril está por cumprir.

Com respeito e amizade,

Fernando Castelo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ASSIM SE INFORMA EM SINTRA

Do blogue TudosobreSintra retiramos este convite publicado no dia 25 de Abril, pelo que aqui fica também a divulgação com votos de muitas visitas.


Ficam, apesar do positivismo, algumas questões de índole institucional: O convite parece ser personalizado, já que é feito a "V.Exa.". Depois informa que "irá estar patente de 22 de Abril a 27 de Maio de 2011", quando a exposição só ontem (26 de Abril) foi aberta.

Por último, estranhamente, no site oficial da Câmara Municipal de Sintra nada consta, até ao momento desta publicação, a divulgar a "Exposição 25 de Abril".

É apenas mais um registo de como as coisas, na circunstância, funcionam.

Fernando Castelo

terça-feira, 26 de abril de 2011

25 DE ABRIL EM SINTRA

COMEMORAÇÃO OFICIAL

Face à fraca cobertura dos órgãos de informação, aqui deixamos breves imagens da cerimónia que se realizou, com a rapidez habitual, nos Paços do Concelho.

Além do Presidente da Câmara, apenas esteve presente um Vereador, no caso o Eng. Baptista Alves que foi eleito nas listas da CDU.

À boca pequena, entre os poucos assistentes, face aos problemas de saúde em Sintra, admitia-se que alguma inoportuna virose tenha impedido outras presenças, nomeadamente de putativos candidatos que se preparam para as próximas eleições. 

De notar que foi uma cerimónia bem disposta e descontraída, como se pode ver pelo presente que esteve com as mãos debaixo dos braços durante a efeméride, enquanto os restantes se perfilavam ao escutar o hino nacional.

Um momento pouco à altura da unidade exigida para resolver os problemas do concelho.

Uma coisa é certa: SINTRA MERECE MUITO MAIS.



Fernando Castelo


segunda-feira, 25 de abril de 2011

PREPARA-TE!

Um dia destes, toca-te o telefone na madrugada.
Um novo dia irá nascer,
Nesta Pátria dilacerada, pela fome, pelo sofrimento
dos seus filhos mais nobres, os trabalhadores.

Quando o toque soar, não o medites,
a luta não poderá esperar muito tempo
pela tua dedicação à liberdade.

Um dia destes, tudo estará preparado.
Terás um duro alvorecer,
da revolta acumulada, sem nome, sem lamento,
por tantos pobres, com corpo e alma cheios de dores.

Quando o toque soar, não o medites,
sai depressa, leva alguém ao teu lado,
pela dedicação à liberdade.

Um dia destes, não te surpreendas pela chamada,
um pouco antes de um NOVO DIA nos nascer.
O futuro está nas tuas mãos, aperta-as o tempo todo.
Não as abras antes da vitória soar, com seus louvores.

Quando o toque soar, não o medites,
procura que estejam muitos ao teu lado,
alentados, pelo desejo de serem livres.

Um dia destes, não o medites.
Apenas te quero pedir,
que me desejes bem ao teu lado,
no DIA NOVO, que fará de todos nós UM NOVO POVO.

Fernando Castelo

 (In "Em Pedaços, vos digo")
37º ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO DE ABRIL

Hoje, para quem viveu naquela época, os corações batem mais forte. Pela madrugada fora tudo se foi agitando, as pessoas tinham medo que a revolução falhasse, tal como no 16 de Março anterior tinha sido dominada a chamada revolta das Caldas.

Até aos dias de hoje, o trajecto da nossa vida colectiva não tem sido fácil essencialmente para os trabalhadores, nos quais me incluí durante 52 anos.

Aos jovens de hoje, por responsabilidades dos sucessivos governos, o 25 de Abril tem sido ocultado na sua essência, no seu espírito, daí resultando um maior poder para as castas dominantes que progressivamente tomaram conta da nossa sociedade.

O 25 de Abril libertador, aquele que pretendia abrir as portas que "Abril abriu", foi sendo boicotado ao longo dos tempos, chegando-se hoje à triste situação do poder estar ainda mais concentrado nos grupos económicos do que antes de Abril.

Os jovens precisam de saber e compreender como se vivia naquela época, como partiam para uma guerra colonial a defender interesses que não eram deles.

Foi feliz a imagem que se colou ao 25 de Abril, com uma criança, as armas com flores, os militares em aliança com o Povo que libertaram. Correu mundo: 



Recorde-se o papel que o MFA desempenhou nas campanha de sensibilização pela democracia, apoio escolar e estruturas sociais.



O 25 de Abril com que sonhámos rápidamente foi desvirtudado por sucessivos governos.  

Por último, para uma recordaçâo daqueles tempos, a reprodução da marcha "a life on the ocean wave" que sempre identificámos com os Militares e com a Revolução de Abril:


Um bom 25 de Abril para todos e que o futuro de Abril possa ser alcançado, na senda do progresso e do bem estar, pelos filhos mais nobres deste povo: - Os trabalhadores. 

Fernando Castelo

domingo, 24 de abril de 2011

COMO GOSTAVA DE ENTENDER,
PARA ACREDITAR

A poucas horas de se comemorar, com a devida respeitabilidade, a libertação de que TODOS beneficiámos com o 25 de Abril de 1974, o site da Câmara Municipal de Sintra continua a omitir se tal celebração se fará nos Paços do Concelho ou se, pura e simplesmente, foi eliminada.  

A questão não é de somenos importância, exigindo-se a responsabilização dos politicos que, nas suas agendas, não deveriam deixar de apontar estes actos aos quais os próprios estão obrigados pelas responsabilidades democráticas.

Que mau exemplo para as gerações futuras, numa época em que se torna indispensável a participação colectiva na resolução dos problemas que nos afectam e ameaçam o futuro de várias gerações.

Fernando Castelo  

quinta-feira, 21 de abril de 2011

ABRIL, SERÁ SEMPRE ABRIL…

A mais de 10.000 quilómetros de distância, com difíceis acessos à Net, não descurei saber o que se passa em Sintra, com especial curiosidade no que concerne às (boas) acções com que a CM de Sintra comemoraria o 37º Aniversário do 25 de Abril.

No site da Câmara, essa magistral área informativa de serviço à medida e adequado ao poder majoritário absoluto que os sintrenses escolheram, até ao momento deste escrito nem uma palavra sobre comemorações oficiais ou, sequer, para nos alegrar.

Ajudem-me e, consultando todas as notícias desde o princípio do mês, incluindo as Deliberações de Câmara, vejam se lá encontram alguma referência.

Compreende-se que comemorar o 25 de Abril não seja muito agradável para certas hostes, mas ao nível oficial, nem que seja de circunstância, mobilizar os munícipes para um acto que - a ajuizar por empenhos anteriores - não chegaria a ocupar dez minutos, faria o coração bater mais alto, sem prejudicar qualquer obrigação externa ou umas retemperadoras férias .

Sem Abril, muitas figuras do nosso naipe político seriam nada, obrigando - porque de uma obrigação se trata - à gratidão por aquela madrugada que lhes possibilitou um futuro com que nunca sonharam.

Não desejaria que beijassem, solenemente, as pedras que muitos militares pisaram e lhes devolveram a liberdade de agora, a que quase voltam costas. Mas, de peito direito, alegres, deveriam estimular as Comemorações oficiais.

Como seria dignificante que o içar da bandeira nacional fosse obrigatoriamente feito pelos Presidentes de Câmara, nos seus municípios, com largos fronteiros cheios de crianças (que tantas vezes usam para eleitoralismos) representando todas as freguesias e transportadas nas mesmas viaturas que durante o ano servem para os mais diversos fins.

Desta política de “ocultação” do espírito de Abril quase todos estamos a pagar o preço injusto da involução da sociedade português, cada vez mais nas mãos da uma classe dominante.

O alheamento das camadas populacionais é reflexo de toda esta política de ostracismo à justiça social e à participação colectiva num futuro melhor.

Quando as Comemorações Oficiais em Sintra são presenciadas por menos de 20 pessoas, não há palavras para classificar os políticos responsáveis.

EM 2008, num artigo no Jornal de Sintra (abaixo transcrito), denunciei as Comemorações.

Em 2009, de viva voz, disse a um político presente que “era uma vergonha”.

Em 2010 já não tive coragem de assistir.

Veremos como vai ser em 2011.

Contra tudo, Abril continuará no pensamento de quantos ansiaram pela sua chegada.

Fernando Castelo

Segue artigo publicado em 2.5.2008 no Jornal de Sintra

"SINTRA: 5 minutos, 14 segundos e 66/100


Foi o tempo que durou a Cerimónia Comemorativa do 25 de Abril nos Paços do Concelho de Sintra. O que dizem ser o segundo maior concelho do País, fez jus a entrar para o livro do Guiness World Records.

O atraso verificado sobre a hora prevista para a Celebração, deu aquele toque sui generis de que Sintra tanto precisa, pelo exemplo de rigor com que estas coisas se devem fazer, permitindo que algum arrastado pudesse assistir ao solene momento. Mas, caramba, o esforço foi grande e na medida adequada aos celebrantes da histórica data que alterou o panorama político e social do País.

Habituados ao arrastar de processos, ao adiamento de soluções, aos meses e por vezes anos de espera pela resposta a uma qualquer reclamação, aos banho-maria com que frequentemente nos confrontamos, só alguém de má formação intelectual ou cívica poderá criticar a forma rápida como o 25 de Abril foi despachado.

Merece, até, que se inventarie como a Festa decorreu: A banda chegou às 10 horas e 6 minutos, fez mais uma intervenção a que se seguiu o Hino Nacional com simultâneo içar de bandeiras nos mastros do edifício. Depois, palmas dos poucos cidadãos presentes, cumprimentos ao maestro e lá foi a Banda de abalada. Tudo isto em 5 minutos, 14 segundos e 66 centésimas do segundo. Sem qualquer aumento de tempo!

Ficámos com uma das mais elevadas taxas de rentabilidade, mesmo de execução,  permitindo-me não classificar de quê.

Neste dia, meios que são usados para o transporte de futebolistas, não se justificaram para levar crianças a assistir às comemorações de uma data com que se deveriam habituar a viver e a honrar. E como seria bonito o Largo cheio de crianças em festa.

É assim a vida, com constrangimentos compreensíveis se admitirmos que, a ter-se mantido o anterior regime, quantos dos nossos políticos teriam agora uma brilhante carreira, talvez até em Ministérios.  

Na realidade, Abril foi tão magnânimo que a cada hora permite que se digam umas coisas e se façam outras. Por isso estamos tão pobres, quando nos prometem riqueza. Por causa disso, o 25 de Abril se foi transformando num dia que “dá sempre jeito” quando há pelo meio uma qualquer “ponte”, generosamente concedida.

As comemorações de Abril reflectem, antes de mais, a falência dos modelos de Cultura, tão referidos mas sem a devida implantação a partir dos primeiros bancos da escola.

Assistente de comemorações similares noutras partes do mundo, estes 5 minutos, 14 segundos e 66 centésimas de segundo, foram dos momentos mais dolorosos da minha vida, porque representam a ausência de verdadeiras intenções na realização Abril."

quinta-feira, 14 de abril de 2011


GARAGENS E PROTECÇÃO CIVIL

A operação “Censos 2011”, a decorrer, procurará recensear as garagens que estão a ser utilizadas para habitação. Mas as outras?

Desviados da sua utilização normal, milhares de espaços identificados como garagens são ocupados das mais diversas formas, desde oficinas a armazéns de produtos químicos e voláteis ou materiais de construção, lojas e outras. 

Como muitas garagens são vendidas e desanexadas das fracções, na maior parte dos casos os residentes em edifícios multi-habitacionais desconhecem os riscos que correm e os prejuízos que, desse desconhecimento, lhes podem advir.

Para lá dos perigos, em caso de uma ocorrência grave a omissão do risco pode limitar ou excluir a responsabilidade da seguradora, com reflexos muito negativos.

A Protecção Civil, enquanto estrutura ligada à Câmara Municipal de Sintra, tem como uma das missões “prevenir riscos colectivos inerentes a situações de acidente grave”.

Tudo indica que, à luz da missão atribuída, a Protecção Civil está incumbida de prestar mais e cuidada atenção à utilização de garagens, como medida cautelar a montante, para que depois não sacuda as responsabilidades em casos de gravidade.

Isto para evitar que, só depois de uma qualquer tragédia, apareça um emissário ou comissário da Protecção Civil a perorar sobre isto e aquilo, inquéritos e outras afirmações gratuitas, se possível debaixo dos holofotes de uma qualquer TV.

A ocupação de milhares de garagens para outros fins que não a recolha de viaturas, está todos os dias (ou noites) reflectida no número de viaturas estacionadas das mais variadas e selváticas formas.

Certamente que, da análise conjunta da Protecção Civil e Câmara Municipal, podem surgir medidas adequadas a prevenir estes riscos susceptíveis de afectar seriamente as famílias.

Ao mesmo tempo, do ponto de vista social que tantas vezes é invocado, também se deve prevenir que o direito à habitação não seja substituído – como é frequente em Sintra – pelo direito a residir numa garagem.

Fernando Castelo

sábado, 9 de abril de 2011

PRETO NO BRANCO
20 ANOS, É MUITO TEMPO!!!

A população da Abrunheira, aldeia que faz parte da Vila de Sintra, tem fortes razões para estar desiludida com os autarcas dos últimos mandatos.

Apesar do aumento populacional, nota-se pouco empenho da Câmara e Junta de Freguesia para melhorar a qualidade de vida dos cerca de 7000 habitantes permanentes.

É na Abrunheira que existe o maior núcleo empresarial da freguesia de S. Pedro, gerando elevadas receitas para o município, sem que sejam reinvestidos localmente.

Por vezes o pouco que é feito até contraria sugestões de residentes, acabando por sê-lo com vícios estruturais, como sucedeu com a entrada junto à EN 249-4 que, apesar dos muitos milhares de euros gastos, piorou a circulação auto.

Hoje, conta-se a história de um terreno abandonado há quase 20 anos!!!



Com 3220 metros quadrados, foi cedido à Câmara Municipal de Sintra em 7 de Maio de 1991, pelo Alvará de Loteamento 17/91 e destinava-se a uma escola primária.

 
Dez anos depois (eleições de 2001) dois cartazes do Departamento de Obras Municipais, anunciavam um “Jardim Público". Faltavam pequenos pormenores. Esperou-se…e NADA!!!

Quando das “Presidências Abertas”, em 19 de Dezembro de 2002, Fernando Seara esteve no local, escutando várias sugestões. Até disse ter indicações de que o Quartel da GNR iria avançar no 2º. semestre  de 2003, “para estar pronto em finais de 2005”. Até hoje…NADA!!!

Em 2007, depois de 16 anos sem solução, mais de 200 residentes subscreveram uma Exposição ao Senhor Presidente da Câmara, que foi entregue em 27 de Maio. Pedia-se um destino social ou cultural para o terreno...mas NADA!!!

Face a tão estranho silêncio, como se aproxima o prazo de 20 anos sobre a cedência, escrevi ao Sr. Presidente (10.4.2008) sugerindo o aproveitamento do espaço em "conjunto com ofertas culturais, nomeadamente uma biblioteca pública e espaços de leitura".

Sugeri a utilização de estruturas tubulares,  por se saber que são mais económicas. NADA de respostas, uma terrível contradição para quem tanto fala de cultura.

Que razões estarão por detrás do destino deste terreno? Ao ver as empenas dos prédios (eram do mesmo alvará) viradas para a área cedida, até se receia que outros prédios se lhes venham a juntar.

Passados 20 anos, algum mistério existe para o terreno estar abandonado.

A população da Abrunheira, sem um jardim público ou uma biblioteca, sem espaços de convívio comunitário onde jovens e mais idosos possam ter momentos de partilha, não merece o alheamento a que os autarcas a votam. Antes das eleições é vê-los!!!

Até quando se manterá a indiferença para com os habitantes da Abrunheira?

Fernando Castelo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

PARECE VERDADE, MAS SERÁ MENTIRA?

Acabo de ler, atentamente, o Blogue "Viver Sintra", um espaço pessoal da responsabilidade do Dr. Marco Almeida, que não deixará - por isso - de ser Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Sentem-se as preocupações que manifesta com as "dificuldades em responder, com os recursos que existem, ao fenómeno que esmaga o desenvolvimento saudável das crianças sinalizadas" (destaques da minha responsabilidade). 

Depois, a propósito dos investimentos de que o concelho precisa, cita a "trágica relação deste município com os órgãos da administração central" (destaque da minha responsabilidade).


Tais e tantas preocupações entendem-se, mas a sensibilidade do Executivo camarário converge a propósito dos Relatórios das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens de Sintra?

É que, segundo consta, a EDP por algumas anomalias (a que chama "incidentes de facturação") terá cobrado a mais - entre 2007 e 2010 - a módica quantia de 781.301,48€ os quais, acrescidos dos juros, justificaram a devolução à CMS de 843.901,51€.

Não importará, agora e aqui, apurar se os serviços da Câmara se limitam a pagar o que é reclamado ou se não há hipóteses de controlo das facturas apresentadas.

Importa recuperar o texto do Dr. Marco Almeida, porque algo parece distorcer-se quando a sede das preocupações se transfere para o Executivo camarário.

Segundo fonte fidedigna, esses 843.901,51 euros que entraram nos cofres da CMS assim de sopetão, têm já uma proposta de saída: 300.000,00 euros para "Projectos na Área Desportiva" e 543.901,51 euros para "Resíduos Sólidos Urbanos (Tratolixo)".

Com tantas dificuldades para responder no campo social e cultural, esta pode ser um saída demasiado ligeira, embora ajude a galvanizar as massas.

Que "Projectos na Área Desportiva" estavam comprometidos? Ou quais os Projectados desde Março até agora, quando estamos em época eleitoral? Os tais mistérios de Sintra...

Parecendo verdade, o dinheiro não chega a aquecer. Ou será mentira?

Fernando Castelo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

              NESTE DIA MUNDIAL DA SAÚDE

       QUE DIREITOS?

        No Banco do Hospital,   
                           eram trezentos !
           Cada um com o seu mal,
                              loucos lamentos !

                  As conversas, de compridas,
                             fizeram meadas,
     Desabafos de vidas,
                           ultrapassadas !

  Viúvas, bastantes,
                                sempre a martelar,
 Vozes ofegantes,
                           rede hospitalar !

Crianças caídas,
                              de febre toldadas,
            Outras mais crescidas,
                                     sem atenções dadas.

      Médicos sem alma,
                               mudando de turno,
      comendo na calma,
                              com ar taciturno !

       Num País medonho,
                                  de gente esquecida,
    para quê o sonho,
                              do direito à vida ?!

                                   (In "Em Pedaços, vos digo")

Contra a hipocrisia dos políticos e as ilusões sobre a construção do hospital de Sintra.

Mais palavras do Sr. Presidente da Câmara (AM de 22.02.2007), sobre as reservas da CDU e BE na participação da CMS com 12.000 acções da Sociedade Gestora do Amadora/Sintra: - "Nada como em Sintra sermos tão inovadores como o Governo tão querido pelos Senhores Deputados (...) e dos novos projectos de saúde do Presidente Lula da Silva"(sic).

Quatro anos passados, são conhecidas as inovações...

O segundo maior concelho do país com pessoas obrigadas a recorrer - em casos de urgência extrema - a  um hospital que dista, muitas vezes, mais de 30 ou 40 quilómetros. 

Sintra, que tantos pretextos dá para imagens pessoais, tem o direito de exigir inequívocos posicionamentos que conduzam à resolução do gravíssimo problema hospitalar.  

Fernando Castelo       

segunda-feira, 4 de abril de 2011

SAÚDE EM SINTRA
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE 23.3.2011

site de Câmara - notícia alterada

Ao fim de vários dias, foi preciso pedir a intervenção do Senhor Presidente da Câmara para que a notícia publicada no site da CMSintra, relacionada com esta Sessão de Assembleia Municipal e seu encerramento, correspondesse ao que realmente se passou.

Quem tiver a paciência de consultar o texto agora disponível, notará que, desta vez, está omitida a intervenção dos representantes das bancadas (Bloco de Esquerda, da Coligação Democrática Unitária, do Partido Socialista e da Coligação "Mais Sintra").

 Igualmente está omitido que houve debate público.

Que mais se poderá dizer?

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AINDA SOBRE A SAÚDE EM SINTRA

Das várias peças que li, em nenhuma consegui ver referências a decisões tomadas noutras Sessões da Assembleia Municipal (AM), que provavelmente poderão ter influenciado algumas presenças ou ausências no passado dia 23.

Com efeito, na AM de 23.6.2006 foi aprovada uma proposta da CDU que defendia a construção de um hospital público em Sintra.

Tal aprovação no órgão maximo da autarquia, representava uma inequívoca linha de orientação, admirando que pouco tempo depois viesse a ser contrariada em Sessão Camarária quando se propôs - e aprovou - a participação da CMSintra no capital social da empresa gestora do Amadora-Sintra, por sinal onde o Grupo Mello detinha a totalidade do capital!

Seguiu-se uma AM em 22.2.2007, onde foi pedida autorização para "a celebração com a José de Mello Saúde, Soc. Gestora de Participações Sociais,SA, do protocolo que tem por objecto a transmissão à Câmara Municipal de Sintra de 12.000 (doze mil) acções representativas de 6% do capital social do Hospital Amadora/Sintra-Sociedade Gestora,SA". 

No debate sobre a proposta, apenas se escutaram opiniões de deputados da CDU e BE, que se posicionaram - rigorosamente - no objecto da proposta, criticando-a sem desvios.

Antes da votação, falou  o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Sintra que, face às intervenções dos deputados municipais referidos, confirmaria o pedido de autorização como "uma novidade e a novidade tem que ser analisada dentro das matrizes tradicionais. Mas nada pode fazer quanto às matrizes tradicionais, senão ler o best-seller "Estaline" sobre essa matéria". Diria ainda, "O que a Câmara vai participar é numa sociedade gestora de um hospital público com gestão privada. É o que vai acontecer, quer queiram quer não, no conjunto de mecanismos de saúde e que estão aqui".

Continuando, o Sr. Presidente da Câmara de Sintra ajudaria a Assembleia a entender: - "E o envolvimento da Câmara significa isso mesmo. Uma participação no hospital que vai construir o novo hospital público de Sintra" (destaque meu).

Quem, na época, escutasse este discurso, certamente julgaria que o Hospital de Sintra eram favas contadas, da mesma forma que a CMSintra era parte empenhada nos lucros da exploração privada, graças às 12.000 acções tão benevolamente cedidas.

De hospital parece que Sintra acabou por não ser tão inovadora como foi dito.

E as acções? Chegaram a ser registadas em nome da Câmara? Renderam alguma coisa?

Aqui ficam algumas curiosidades.

Fernando Castelo

sábado, 2 de abril de 2011

FINALMENTE...O DIA 1 DE ABRIL

A limpeza do lixo, ontem aqui relatada, era uma mentira, como viu quem por lá passou.

Depois de vários alertas e referências ao lixo acumulado no Casal de S.Domingos, ali na Rua Alfredo Costa, no coração de Sintra, talvez só o humor do Primeiro de Abril ainda resulte.

Infelizmente, em nítida contradição com a propaganda que é feita, com o marketing, com a Sintra Romântica e outras,  o lixo naquelas instalações e o aspecto de abandono chocam de tal forma que apenas nos fazem lembrar quantos varrem para debaixo da cama para mostrar a casa limpa. É, debaixo dos olhos da Câmara Municipal, uma deplorável montra. 

Pode invocar-se que os autarcas, naquele local, até passam de costas voltados, mas, francamente, não há serviços responsáveis?

As imagens aqui apresentadas ontem, numa área de que a Câmara Municipal é proprietária, são das poucas verdades do texto. A outra, foi eu ter estado mesmo a essa hora no local.

Se a pequena mentira puder contribuir para que a limpeza seja feita...ainda bem.


É PRECISO DIZER A VERDADE

Apesar do alerta feito à Câmara Municipal - e de textos que vieram a público em blogues e jornais - o site da mesma continua a manter uma falsa informação sobre o encerramento da Assembleia Municipal onde se debateu a "Problemática da Saúde" em Sintra. Ainda hoje lá está que "O Sr. Vice- Presidente da Câmara Municipal, Dr. Marco Almeida, encerrou a sessão".

Passados vários dias, o manter-se uma informação merecedora de imediata rectificação logo que detectada, faz meditar sobre eventuais motivações para isso.

Caramba, será coisa a necessitar de horas extraordinárias?

Quem consultar o site da CMSintra deve saber que o escrito sobre o encerramento da Assembleia Municipal de 23 de Março de 2011 é totalmente desprovido de verdade.

É um assunto que não irei deixar que passe ao esquecimento.

Fernando Castelo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

FINALMENTE...

Havia alguma agitação no local. No entanto, como pouco passava das sete horas da manhã, a operação decorria sem muitos curiosos.  Apenas alguns madrugadores, como eu.

Um dos membros da equipa segurava a chave e outro o cadeado. Um terceiro preparava-se para agarrar a corrente do portão. O provável encarregado ainda tinha as mãos nos bolsos, certamente porque não estava em período de horas extraordinárias. O quinto, dava ares de supervisor de tudo o que os outros preparavam.  Um sexto orientava. O sétimo era eu.

Aberta a cancela,  um casal que aguardava do outro lado da rua, pegou nas vassouras e nas pás e vá de varrer. Limpar o lixo que se tinha amontoado ao longo dos anos num espaço camarário, ali mesmo onde é a Direcção Financeira e a 200 metros dos Paços do Concelho, não era coisa de somenos importância.

Permiti-me, ainda, gracejar: -"Será que esta limpeza tem a ver com o turismo ou com o marketing da Sintra Romântica?" "Agora como vamos mostrar aos turistas isto tudo limpo?"

A dez metros, empoleirados em escadotes, outros dois técnicos esforçavam-se para estragar mais a estufa, aquela coitadinha digna de postais por todo o mundo, mas que não mereceu a plantação de nenhuma rosa nem a câmara da TV apontada antes de se cantarem os parabéns. Arrisquei perguntar porque estavam a tirar a ferrugem, mas não ligaram.  

Às sete horas de hoje, naquele espaço camarário e acolhedor como é o Casal de S. Domingos, o lixo deixou de fazer parte do património dos cheiros e do lugar.

Para recordação dos leitores, deixo umas imagens do local que, graças ao lixo, quase se tornou uma zona de peregrinação.



Bem hajam, então, os responsáveis.

Fernando Castelo

1 de Abril de 2011